Ódio ao meu eterno eu, abraçarei ao seu.


A minha capacidade de fazer todos a minha volta me odiar é instigante.

Entretanto, o objetivo é antagônico a realidade. Eu tento, mas não consigo e quando consigo eu nem tentei.

O sorriso que dou, penso eu, inocente, e o outro o recebe como escárnio.

Minhas palavras, inofensiva, ao outro, são ataques.

Tenho medo, de quando chegar a hora e eu procurar alguém, estarei perdido.

Sozinho, em meio ao meu caos, com todos os outros me odiando.

E estarei chorando, deitado no sofá, comendo algo cancerígeno.

Entre esses contos e os outros, não chorarei.


4 respostas para “Ódio ao meu eterno eu, abraçarei ao seu.”

  1. Bom texto. Não sei se é um poema. Se for, tem alguma coisa de ritmo, o que é bom. Todo poema precisa de cadência. Em todo caso, arriscando incorrer em sua ira, acredito que você deva começar a visitar às rosas e, só para contrariar, sair das sombras. Elas podem ser bonitas, mas fazem mal à pele. Um abraço com muitos risos.

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    • O problema, meu caro, é que as sombras perpetuam em mim. E em meio ao meu desespero recorro as incertezas que as palavras me trazem. Um ritmo, um distúrbio, uma loucura e todo o mais eu me enlouqueço e me perco e quando vejo, já não sou eu mais.
      Em relação as rosas, é sempre bom as cheias e as observar, dada a beleza e peculiaridades, mas nunca se esqueça dos espinhos, porque eles trazem dor, se não souber manejar.
      Se fosse no passado, eu passaria por um romancista, mas na época agora, contemporaneidade, me passo por mim mesma, careta e sem graça.
      Abraços de luz para você e que todos nós possamos ver os tons de cinza das sombras.
      Saudades de suas visitas!
      Até uma próxima vez 😊

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