– Faz tempo que não te vejo. Você se perdeu. Nunca imaginaria que estava aqui.
– Não quero lições.
– Nunca te daria uma lição.
– Não? – O sarcasmo.
– Não.
– O que faz aqui?
– Me disseram que estava aqui, não acreditei.
– Hum.
– Tem onde ficar?
– Não, mas arranjo.
– Fica comigo então.
– Não preciso da sua caridade.
– Não é caridade, você é uma pessoa muito esnobe e narcisista.
– Me pareceu uma lição.
– É uma verdade, diferente de uma lição. Verdades não são simplesmente dadas como conselhos, são reais, concretas, vivas.
– Vai embora, já me viu o suficiente.
– Não vou, e não te vi o suficiente, tem muito o que ver. Você se perdeu.
– Quer escrever numa placa e por na porta do quarto?
– Não precisa, só de está aqui nessa situação todos sabem.
– Por que me faz chorar? Gosta? Gosta disso?
– Eu não te faço chorar, você está chorando por si. Eu apenas digo as verdades.
– Odeio verdades.
– Elas não quer que goste delas, apenas aceite-as. Venho te buscar na terça.
– Não, vá – A vírgula foi colocada de ultima hora, para aquilo que queria não se tornar um suplico, para não mostrar a fraqueza.
– Tudo bem, eu fico. – Ás vezes, só pegar na mão basta, só basta.